terça-feira, 27 de julho de 2010

Nietzsche, Zaratustra e os Crentes

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aqui não se "prega", aqui não existe fé...
E, com tudo isto, Zaratustra não é um desencaminhador?.... Mas o que ele mesmo diz quando volta pela primeira vez para a solidão? Exatamento o contrário daquilo que um "sábio", um "santo", um "salvador do mundo" ou outro décadent qualquer haveria de dizer em semelhante caso.... Ele não apenas fala diferente, ele também é diferente......

Eu vou sozinho, pois, meus discípulos! E também vós ereis embora sozinhos! É assim que eu quero e deve ser.
Afastai-vos de mim e defendei-vos contra Zaratustra! E, melhor ainda: senti vergonha dele! Talvez ele vos haja enganado.
O homem do conhecimento não tem apenas de amar seus inimigos, ele também tem de poder odiar seus amigos.
A gente retribui mal a um professor, quando permanece sendo sempre apenas um aluno. E por que vós não haveríeis de querer arrancar os louros da minha coroa?
Vós me venerais: mas como, se vossa veneração um dia irá ao chão? Guardai-vos de não serdes abatidos por uma coluna!
Vós dizeis que acreditais em Zaratustra? Mas que importa isso a Zaratustra! Vós sois meus crentes, mas que importam crentes!
Vós ainda não havíeis vos procurado: aí encontrastes a mim. É assim que fazem os crentes; e por isso valem pouco todas as crenças.
Agora eu vos ordeno: perder a mim para vos encontrastes; e apenas quando todos vós tiverdes me renegado, é que haverei de querer voltar a vós....

Nietzsche - Assim Falou Zaratustra

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